A REBELDIA DO CAMPO
(Letra: Martim César / Música: Paulo Timm & Alessandro Gonçalves)
Se o campo, por elemento
Um dia se revoltasse
E assim tão só se entregasse
A quem lhe pede sustento
Não mais a voz do lamento
De tanta fome incoerente
Reclamaria a semente
Que foi perdida no vento
Se o campo, por insurgente
Se rebelasse algum dia
Em vez da mesa vazia
Nos olhos de tanta gente
O pão seria o presente
Da triste infância da rua
E a vida que brota nua
Jamais seria carente.
A terra para quem cria
Para quem planta, a terra
A paz em vez dessa guerra
Insana do dia-a-dia
A quem produz, garantia
De não viver de favores
Servindo a nobres senhores
Posseiros das sesmarias
Se o campo, por desolado
Numa só voz combatente
Sangrasse feito vertente
Todo esse amor represado
E assim, por fim, libertado
Chamasse a humana razão
Mostrando que a divisão
É sonho multiplicado.
* Vencedora da Comparsa da Canção de Pinheiro Machado.
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