Letra: Martim César
Música: Alessandro Gonçalves & Sulimar Rass
Encurvado, olhos presos no seu rio
Se abre o semblante do guri
No caniço que se verga
O braço sente o repuxo
Sai prateando um outro lambari.
Apressado porque a tarde vai cair
Fisga um sonho na pergunta do anzol
Cada isca que ele tira
Veste um riso de alegria
Ao longe, no horizonte, feito brasa, morre o sol.
Logo mais tem pescaria
É a primeira que ele sai
Mas sem boa isca, amigo
Ele bem sabe que não vai
Quem nasceu nestas ribeiras
Na fronteira do Uruguai
Vai morrer pescando sonhos
Igual ao pai, igual ao pai.
Já faz tempo que os cardumes desse rio
Só existem nas histórias do avô
Mas não falta uma traíra
Forcejando numa linha
De um pequeno grande pescador.
Noite a dentro, rio e barco é um desafio
Esperança no afundar do espinhel
O guri segura a linha
E vê nas águas refletidas
Estrelas que são peixes navegando lá no céu.
Ritmo: Chamamé
Nenhum comentário:
Postar um comentário